29 junho, 2008

Pelo fim da salada de frutas

Não há um dia que não se noticie alguma novidade a respeito da salada de frutas que habita o cotidiano das revistas e sites de “entretenimento” do Brasil. Todo dia está lá alguma nova notícia torpe a respeito da mulher melancia, melão, jaca e afins. Ligadas ao funk e usando roupas ínfimas, quando vestindo alguma, elas ganharam essa suposta fama por rebolar. Triste, mas não é a primeira nem a última vez que isso vai acontecer no Brasil.

Não sou a favor da ditadura de magreza, acho que a beleza pode ter formas mais robustas e que todas as mulheres normais têm celulite. O peso deve refletir saúde, magreza demais é tão nociva quanto gordura. Acho até que de fato os homens não devem mesmo gostar do tipo tábua, pernas finas e afins. Esteticamente falando flacidez é nojento, mas corpo é melhor que osso. Questão é que tornar essa mulher melancia a rainha das gostosas só premia sua vulgaridade excessiva e não a beleza de um corpo mais cheinho. Ela nem sequer é bonita, além disso, não tem conteúdo algum, diferente da fruta que carrega o nome, e ainda abusa da arrogância que é costumeira das mulheres excessivamente exibidas na mídia. Envergonho-me por ela.

Sua imensa bunda sumiria caso ela emagrecesse, mas duvido que o faça. Não passa de uma gordinha de cintura fina conseguida com uma provável lipoaspiração, os braços e pernas não muito diferentes dos da Preta Gil que é deveras criticada por aí por seu excesso de peso. A diferença entre as duas é uma questão de marketing e assessoria. A Melancia com certeza tem uma enorme equipe, tão grande quanto sua bunda. Preta parece cagar solenemente para o que falam a seu respeito, e é o melhor que faz. Ela também cansou de se importar com seu peso, a bagagem de homens (e mulheres) bonitos (bonitas) que ela já pegou deve valer como uma propaganda positiva. Ninguém discute que algo bom ela deve fazer.

A tal fruta foi chamada de obesa por um famoso autor de novelas, ao invés de admitir seus quilos a mais e usar isso como bandeira para o fim da ditadura da magreza, a gordinha/gostosa age como se fosse algum tipo de recalque do tal diretor. Se olha no espelho, querida. Admite, enche o peito, coloca um sorriso sínico no rosto e diz “e me querem assim mesmo”. O triste é para mim ela aparecer por aí como exemplo do que é a mulher carioca. Não pelo seu peso, mas pela baixaria que faz ecoar por aí.
Homens, por favor, comam logo essa salada de frutas! Acho que ninguém agüenta mais.

05 junho, 2008

CALA-TE BOCA!

Meu TIME mais uma vez foi HERÓICO e acaba de eliminar o temido Boca Juniors da Libertadores depois de 45 anos sem que um clube brasileiro o conseguisse. Sexta-feira faz um ano do título da Copa do Brasil, sexta-feira faz um ano do título que nos deu essa vaga, e a comemoração não poderia ser melhor. Estamos lá, na final. O jogo foi sofrido, e o primeiro gol dos argentinos no começo do segundo tempo deu a sensação de desespero, mas a esperança nesse grupo brilhante me fez seguir as mesmas superstições de sempre: Me isolei, pedi a anjos e santos, não só por mim, mas pelos mais de 80 mil TRICOLORES que lá estavam. Pedi a classificação, implorei por um gol, por um empate por qualquer coisa, e o time que andava dominado pelo Boca e recuado mudou com a entrada de Dodô. O FLUMINENSE voltou a ser guerreiro e minutos depois Washington, o coração valente, fazia o gol de falta que me levou as lágrimas. Lágrimas essas que mantive até o final do jogo e que permanecem até agora.

Sempre conto que dizia ser FLUMINENSE, mas que me descobri TRICOLOR de fato indo ao meu primeiro Fla x Flu no Maracanã. Eu tinha 11 anos e me apaixonei por futebol. Eu me emociono, eu sofro, eu definho e só tive noção do tamanho da paixão que tenho pelo meu clube mais tarde com o campeonato carioca conquistado com o gol de barriga de Renato Gaúcho, hoje comandante dessa máquina fantástica. Desde que Renato apareceu no meio da Copa do Brasil ano passado eu dizia que por mais que não confiasse na habilidade do mesmo como técnico graças a pouca experiência tinha certeza que ninguém melhor que ele para motivar um time. A prova de que eu tinha razão é GARRA e a RAÇA que os jogadores vêm mostrando em campo. Parece que eles absorveram realmente a dimensão da história que estão escrevendo e a alegria que dão para essa torcida apaixonada que chegou a ver seu clube na terceira divisão do brasileiro durante uma fase nefasta.

Assim o FLUMINENSE vem escrevendo mais um capítulo de sua biografia, apoiado por 85 mil torcedores a cada partida no Maracanã. Esgotando ingressos no primeiro dia de vendas demonstrando o tamanho e a força desta torcida que de pequena não tem nada. Na primeira partida da semifinal TRICOLORES partiram pra Argentina em bom número, antes disso partiram para São Paulo. Pequena nada! Minha torcida é imensa, imensa na paixão e indiscutivelmente é a torcida feminina mais bonita do Brasil. E, além disso, ainda temos o Chico Buarque. Não é preciso falar mais nada.

Se na partida de ida Riquelme (o mesmo que desprezou o FLUMINENSE durante a fase de contratações) teve espaço, aqui, na nossa casa, a marcação foi implacável e ele simplesmente sumiu em campo. Ninguém imaginava um Boca acuado, mas nos últimos 10 minutos de jogo eles estavam e a bola sobrava para o FLUMINENSE. Eles ensaiaram uma catimba na primeira cobrança de falta convencendo o juiz a colocar a barreira há 12 metros e gerando dois cartões para TRICOLORES, mas acabou por aí. Palermo ainda teve espaço e chutou algumas vezes, mas a sorte estava do nosso lado e João de Deus, TRICOLOR por direito, deve ter feito a parte dele.

Termino o texto tentando conter minhas lágrimas, lágrimas de emoção, lágrimas de felicidade, lágrimas de um amor herdado de pai e avô. Lembrei dele, meu avô e da felicidade que ele sentiria se tivesse vivo, talvez eu tenha chorado mais por isso depois do jogo, mas de onde ele está com certeza sente tanta paixão e orgulho quanto eu. De onde ele está ele renova o amor pelo clube das três cores que traduzem tradição e comemora cervejando ao lado de outros finados TRICOLORES ilustres como Nelson Rodrigues, dos mais apaixonados que já li.

Obrigada ao FLUMINENSE por me provocar tamanha paixão. Obrigada ao FLUMINENSE, por ser guerreiro em campo, por ser humilde. Obrigada aos jogadores que honram a camisa que vestem, e principalmente àqueles que se comovem e absorvem todo o amor que essa torcida transmite provocando e pedindo que se levantem e cantem. Obrigada pai, por ter me dado a melhor herança que podia: a paixão por um clube capaz de me presentear com tamanha alegria. Obrigada Vô por ter me dado meu primeiro manto sagrado.

Termino de escrever com a certeza de que hoje vai ser difícil dormir. O coração ainda está acelerado, a cabeça dói tendo em vista as lágrimas, a voz sumiu e a garganta arranha de tanto gritar. Assim como o seis de junho de 2007 foi inesquecível, o quatro de junho de 2008 será. Foi o dia em que o FLUMINENSE parou o Rio de Janeiro, talvez até o Brasil e escreveu história. Orgulhou e emocionou até o mais recalcado dos flamenguistas. Foi o dia de redenção. Cala-te Boca! E que venha LDU! Nos vemos no Maracanã!

Ô - ÔÔ - ÔÔ FLUMINENSE eterno amor. É por isso que eu canto, eu visto esse manto ORGULHO DE SER TRICOLOR!