05 junho, 2008

CALA-TE BOCA!

Meu TIME mais uma vez foi HERÓICO e acaba de eliminar o temido Boca Juniors da Libertadores depois de 45 anos sem que um clube brasileiro o conseguisse. Sexta-feira faz um ano do título da Copa do Brasil, sexta-feira faz um ano do título que nos deu essa vaga, e a comemoração não poderia ser melhor. Estamos lá, na final. O jogo foi sofrido, e o primeiro gol dos argentinos no começo do segundo tempo deu a sensação de desespero, mas a esperança nesse grupo brilhante me fez seguir as mesmas superstições de sempre: Me isolei, pedi a anjos e santos, não só por mim, mas pelos mais de 80 mil TRICOLORES que lá estavam. Pedi a classificação, implorei por um gol, por um empate por qualquer coisa, e o time que andava dominado pelo Boca e recuado mudou com a entrada de Dodô. O FLUMINENSE voltou a ser guerreiro e minutos depois Washington, o coração valente, fazia o gol de falta que me levou as lágrimas. Lágrimas essas que mantive até o final do jogo e que permanecem até agora.

Sempre conto que dizia ser FLUMINENSE, mas que me descobri TRICOLOR de fato indo ao meu primeiro Fla x Flu no Maracanã. Eu tinha 11 anos e me apaixonei por futebol. Eu me emociono, eu sofro, eu definho e só tive noção do tamanho da paixão que tenho pelo meu clube mais tarde com o campeonato carioca conquistado com o gol de barriga de Renato Gaúcho, hoje comandante dessa máquina fantástica. Desde que Renato apareceu no meio da Copa do Brasil ano passado eu dizia que por mais que não confiasse na habilidade do mesmo como técnico graças a pouca experiência tinha certeza que ninguém melhor que ele para motivar um time. A prova de que eu tinha razão é GARRA e a RAÇA que os jogadores vêm mostrando em campo. Parece que eles absorveram realmente a dimensão da história que estão escrevendo e a alegria que dão para essa torcida apaixonada que chegou a ver seu clube na terceira divisão do brasileiro durante uma fase nefasta.

Assim o FLUMINENSE vem escrevendo mais um capítulo de sua biografia, apoiado por 85 mil torcedores a cada partida no Maracanã. Esgotando ingressos no primeiro dia de vendas demonstrando o tamanho e a força desta torcida que de pequena não tem nada. Na primeira partida da semifinal TRICOLORES partiram pra Argentina em bom número, antes disso partiram para São Paulo. Pequena nada! Minha torcida é imensa, imensa na paixão e indiscutivelmente é a torcida feminina mais bonita do Brasil. E, além disso, ainda temos o Chico Buarque. Não é preciso falar mais nada.

Se na partida de ida Riquelme (o mesmo que desprezou o FLUMINENSE durante a fase de contratações) teve espaço, aqui, na nossa casa, a marcação foi implacável e ele simplesmente sumiu em campo. Ninguém imaginava um Boca acuado, mas nos últimos 10 minutos de jogo eles estavam e a bola sobrava para o FLUMINENSE. Eles ensaiaram uma catimba na primeira cobrança de falta convencendo o juiz a colocar a barreira há 12 metros e gerando dois cartões para TRICOLORES, mas acabou por aí. Palermo ainda teve espaço e chutou algumas vezes, mas a sorte estava do nosso lado e João de Deus, TRICOLOR por direito, deve ter feito a parte dele.

Termino o texto tentando conter minhas lágrimas, lágrimas de emoção, lágrimas de felicidade, lágrimas de um amor herdado de pai e avô. Lembrei dele, meu avô e da felicidade que ele sentiria se tivesse vivo, talvez eu tenha chorado mais por isso depois do jogo, mas de onde ele está com certeza sente tanta paixão e orgulho quanto eu. De onde ele está ele renova o amor pelo clube das três cores que traduzem tradição e comemora cervejando ao lado de outros finados TRICOLORES ilustres como Nelson Rodrigues, dos mais apaixonados que já li.

Obrigada ao FLUMINENSE por me provocar tamanha paixão. Obrigada ao FLUMINENSE, por ser guerreiro em campo, por ser humilde. Obrigada aos jogadores que honram a camisa que vestem, e principalmente àqueles que se comovem e absorvem todo o amor que essa torcida transmite provocando e pedindo que se levantem e cantem. Obrigada pai, por ter me dado a melhor herança que podia: a paixão por um clube capaz de me presentear com tamanha alegria. Obrigada Vô por ter me dado meu primeiro manto sagrado.

Termino de escrever com a certeza de que hoje vai ser difícil dormir. O coração ainda está acelerado, a cabeça dói tendo em vista as lágrimas, a voz sumiu e a garganta arranha de tanto gritar. Assim como o seis de junho de 2007 foi inesquecível, o quatro de junho de 2008 será. Foi o dia em que o FLUMINENSE parou o Rio de Janeiro, talvez até o Brasil e escreveu história. Orgulhou e emocionou até o mais recalcado dos flamenguistas. Foi o dia de redenção. Cala-te Boca! E que venha LDU! Nos vemos no Maracanã!

Ô - ÔÔ - ÔÔ FLUMINENSE eterno amor. É por isso que eu canto, eu visto esse manto ORGULHO DE SER TRICOLOR!

3 comentários:

Jade Fellows disse...

Olha, só o seu texto pra eu me convencer de que foi merecido! Hahaha. Tô brincando.
Pra mim, mesmo que não seja a mais recalcada dos Flamenguistas, é difícil falar, porque vi o meu time deixar o (quase) impossível acontecer no campo onde chamamos de casa, o Maracanã.
Porém, tendo em vista que o Fluminense nunca chegou tão longe, agora é hora de ganhar e aumentar ainda mais esta história que começou a ser escrita no 6 de junho do ano passado.
Por fim, não me resta mais nada a dizer a não ser "parabéns". E já que chegou até a final, por favor, vai até Tóquio buscar a estrela solitária.

Beijo amiga.

R. disse...

Estava eu no bar, entornando AQUELA(s) antártica(s) original(is) (tanto falamos que foi necessário) e ouvi assim, sem prestar muita atenção, o gol do boca. Só faltava um pra minha previsão e, quén, gol, depois mais gol e depois mais gol. Tudo do Flu. Pensei "merda" lá vou eu aguentar aquela baixinha marrenta! Mannns, pra não deixar de graça, como eu sou chato e adoro fazer oposição, sou LDU desde criancinha.

hehe

Bjs

Cadinho RoCo disse...

Muito legal esta verdadeira declaração de amor ao seu vitorioso Fluminense.
Cadinho RoCo