14 julho, 2008

Fazendo a linha Kátia

É público e notório que nos últimos tempos todo acontecimento que marca nossa sociedade tem uma repercussão midiática antes de haver qualquer manifestação dos governantes. Eles, do alto de seus pedestais agem como se nunca soubessem de nada, foram informados junto com a população, o popular corno: último a saber.

Isso virou moda depois que o Presidente Lula alegou seguidas vezes desconhecer grandiosos esquemas de corrupção que aconteciam bem abaixo de seu nariz, ligados diretamente a sua campanha e a seu governo. Hoje a linha Kátia ganhou ainda mais espaço com o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho. Desde que assumiu só faz viajar. Chegou ao governo visando algo maior, sem dúvida. Politicamente falando, lógico. As atitudes do governador não demonstram a menor preocupação com a população fluminense, tudo que ele faz parece apenas campanha.

Por enquanto ele e Lula dão as mãos e posam sorrindo para fotos, mas sem dúvida em um futuro próximo se tornaram inimigos mortais. Política é assim: hipocrisia e falsidade. A população fica refém desse tipo de associação próxima da criminalidade e ouve desculpas torpes e atuações dignas do Oscar que convencem os menos instruídos.

Assim eles posam quando três jovens são entregues a traficantes rivais e assassinados. Surpresos, tão indignados quanto nós, a população. Principalmente ao sabermos que eles estavam lá para policiar obras de um candidato a prefeitura do Rio de Janeiro, pior ainda: com autorização do governo federal. Mas ninguém sabia de nada. O absurdo já começa por conta das obras eleitoreiras sendo feitas com apoio do governo federal, mas ninguém sabia. Eles nunca sabem. Só sabiam os três militares que foram punidos. São realmente os únicos culpados?

A justiça no Brasil só tem o peso e o rigor que vemos no papel com aqueles que não possuem moeda de troca. Seja dinheiro ou a simples atitude de calar-se perante alguma contravenção que testemunhara. Dessa forma a lei funciona para miseráveis, pobres ou para aqueles que não se corrompem. Traficantes, políticos corruptos, empresário inescrupulosos, esses se beneficiam de brechas e conquistam liberdade. Dizer que há igualdade perante a lei nesse país é, no mínimo, uma piada.

A postura dos governantes é claramente de Maria vai com as outras. Esperam a reação da sociedade e em cima dela tomam atitudes para manter a popularidade e índices de aprovação altos. Tornam-se mestres em fazer discursos, entrevistas e pronunciamentos, fugir de responsabilidades que são suas. Dão trabalho aos jornalistas, mas não cumprem a sua função de governantes. Triste. Continuamos desgovernados e em ano eleitoral tenho a ainda mais triste certeza de que nada vai mudar.

1 comentários:

february star disse...

sabe o que é o pior? ninguém se importa. todo mundo tá interessado em tomar cerveja no final de semana, não de ler e ficar por dentro das falcatruas que desviam dinheiro do nosso próprio bolso.

aquele negócio de "ame-o ou deixe-o" nunca deixou de ser verdade. eu já amei o Brasil, mas vou pedir meu divórcio.